quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

As Fronteiras da Alegria



Todos os dias do aflito são maus, mas a alegria do coração é banquete contínuo. Provérbios 15:15
A alegria é marca distinta da vida cristã autêntica. É impossível alguém ser um cristão e não gozar de uma profunda e verdadeira alegria. Fazer parte do reino de Deus e não se realmente alegre, é negar o significado essencial do que representa este reino. Por que o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Romanos 14:17. Muitos pode estar felizes, mas não são contentes. A felicidade superficial sem santidade espiritual é um dos principais produtos de exportação do inferno, mas a alegria que provem de Deus é sinal evidente de sua eterna salvação.
Um cristão sem alegria é um difamador do seu Senhor. Não há nada que contradiga mais radicalmente a fé cristã, do que uma vida descontente. Os choramingueiros denunciam a contrariedade de uma alma mal-humorada. A murmuração desfigura a legitimidade da experiência salvadora, e a reclamação crítica faz transparecer um espírito amargurado. As pessoas que têm por objetivo encontrar falhas, raramente encontram outra coisa, e este desgosto pela vida, acaba denegrindo a pessoa daquele, que dizem ser o seu Salvador. Todos aqueles que foram apenas condicionados com a mensagem religiosa, não passam de inconformados, sem qualquer expressão genuína alegria. Mas tentar apagar a estrela dos outros, não faz a sua brilhar mais, nem apresenta um bom testemunho de sua experiência espiritual. O desejo de comentar a desgraça dos outros não procede da graça de Deus.
Billy Sunday costumava dizer que se você não tem alegria na vida cristã, existe vazamento em algum lugar no seu cristianismo. A mensagem do evangelho destituída de uma expressão jubilosa, proveniente de um coração satisfeito, é um contra-senso insustentável. Fé cristão sem regozijo é como carvão sem fogo, denuncia as mãos de quem lhe manuseia. Ninguém pode dar crédito ao cristianismo cuja reputação ofusca a exultação do espírito. O cristianismo deve ser um "aleluia" da cabeça aos pés. Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: Alegrai-vos. Filipenses 4:4 . Sem alegria , nada pode ser bem feito, e uma boa consciência é o alicerce para a alegria.
Entretanto, é preciso fazer distinção entre a alegria decorrente da salvação e os risos provocados pelos divertimentos desta vida. Thomas Watson dizia que há tanta diferença entre as alegrias espirituais e as terrenas, quanto entre um banquete saboreado e outro pintado na parede. Nem toda alegria é verdadeiramente alegre. Há muita festa que só serve para esconder as dores da alma. Prazer e alegria, não apenas, não são sinônimos, como também podem ser profundamente diferentes, como céu e inferno. A distração divertida pode ser um disfarce para ludibriar o vazio de um coração pesaroso. Mas, a hipocrisia é uma mentira muito ruidosa. Talvez por isso, o poeta taciturno lastimou-se: Tristeza não tem fim; felicidade sim! Esta é uma amostra sinistra do pensamento triste da felicidade humana. Porventura, não sabes tu que desde todos os tempos, desde que o homem foi posto sobre a terra, o júbilo dos perversos é breve, e a alegria dos ímpios, momentânea? Jó 20:4-5. Já no último estalar da gargalhada, a nuvem densa do descanso escurece o céu lúgubre, da falta de significado, para a vida de que termina na morte. Não há sentido para quem é governado pelo destino da morte. Se a nossa vida se resume ao tempo, não há riso que consiga amenizar a dor da incerteza. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. I Coríntios 15:19. A felicidade que se limita com a lápide da tumba é a mais vergonhosa das filosofias desanimadoras.
Enquanto a alegria deste mundo é fugidiça, a alegria dos santos de Deus é permanente. Em lugar da vossa vergonha, tereis dupla honra; em lugar de afronta, exultareis na vossa herança, por isso na vossa terra possuireis o dobro e tereis perpétua alegria. Isaías 61:7. Não há nada que possa apagar o valor eterno da salvação, nem sentimento capaz de toldar a expressão de nossa alegria, em virtude de uma tão grande salvação. Os salvos são mais felizes nas tribulações, do que Adão no paraíso. Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto da justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com suas jóias. Isaías 61:10. Walter Cradock disse: Pegue um santo, coloque-o sob quaisquer circunstâncias, e ele saberá como regozijar-se no Senhor, de sua eterna salvação.
Jesus garante aso seus discípulos uma alegria completa e inapagável. Ele não promete ausência de tribulações, nem supressão dos acontecimentos que produzam tristeza. A alegria dos salvos não é circunstancial. Ela não evapora com a pressão das crises, nem desaparece em meio as consternações e aos abatimentos. Mesmo nos momentos mais trágicos, o cristão não tem outro gesto de maior impressão, do que a alegria sublime e interior de sua verdadeira salvação. O apóstolo João descrevendo a realidade íntima da pessoa de Cristo e anunciando a vida eterna que estava nele, procurou enfatizar a razão que o motiva a relatar toadas as implicações da vida cristã; Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa. I João 1:4. Só a alegria completa pode se substituir em verdadeiro complemento da fé cristã. O Senhor Jesus apresentou três motivos, porque a nossa alegria, como cristãos, deve ser uma alegria completa.
Primeiro: Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo. João 15:11. A alegria plena provem da relação de Jesus Cristo e sua palavra. Certamente, nenhuma resolução que já ocorreu na sociedade pode ser comparada com a que foi produzida pelas palavras de Jesus Cristo. Firmar os nossos passos nas palavras de Jesus é estabelecer-se nos limites da certeza e descansar no perímetro absoluto do amor. Todas as bençãos que Deus tem para o homem encontram-se em Jesus Cristo e são dadas por meio dele, através de sua palavra. Assim com Cristo é a raiz pela qual o santo cresce, ele é o caminho pelo qual o santo anda. A maior felicidade dos salvos é gozar da intimidade pessoal do Senhor, por meio das suas doces palavras.
Segundo: Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. João 16:24. Se a nossa alegria mais profunda deriva da intimidade da pessoa de Jesus Cristo, nossa alegria mais abrangente decorre de sua autoridade em nossas vidas, por meio de orações respondidas. Nada está fora do alcance da oração, a não ser aquilo que está fora da vontade de Deus. Pedir em nome de Jesus Cristo é, deixar de lado a nossa vontade, e curvarmo-nos com alegria à perfeita vontade de Deus. A oração genuína espera respostas, por isso, Isaac Newton dizia: Todas as minhas descobertas têm sido feitas em respostas à oração. Não há prova mais adequada para confirmar a nossa alegria do que a resposta favorável, segundo a vontade de Deus.
Terceiro: Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos. João 17:13. Os contratos humanos estão sempre requerendo um fiador. É doloroso o destino daqueles que não têm alguém que garanta os seus empreendimentos. Mas, a nossa maior felicidade se encontra no avalista de nossas vidas. Quem abona a nossa existência aqui neste mundo é o próprio Senhor do universo. A nossa eterna segurança tem como penhor o gozo completo de Jesus Cristo, satisfeito pela sua soberana graça. A essência da doutrina da graça é que Deus é por nós. Assim, somos aceitos plenamente pela graça de Deus em Cristo, tornado-nos totalmente satisfeitos, realizados e completos nEle.
Ainda tinha muitas coisas que vos escrever; não quis fazê-lo com papel e tinta, pois espero ir Ter convosco, e conversaremos de vive voz, para que a nossa alegria seja completa. II João 1:12

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