quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Que é A Escola Bíblica Dominical



Esta pergunta e muito interresante, pois a escola bíblica dominical; nada mais e do quer um dos mais importantes departamentos da igreja. Porque e um departamento que evangeliza enquanto ensina, e tem a finalidade de ensinar o povo de Deus as verdades contidas na própria Palavra de Deus que é a bíblia, e mostra os rudimentos da fé cristã.

A escola dominical tem por finalidade ensinar e transmitir a genuína Palavra de Deus para toda a família cristã.

Assim cumprindo um mandamento do Senhor Jesus para que seu povo possa crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo (1 Pe 3:18)

Os principais objetivos da escola dominical:

1. Educar e ensinar o ser humano a respeito da vontade de Deus para sua vida.
2. Desenvolver o caráter de cada cristão.
3. Treinar obreiros (a escola dominical e uma eficientíssima oficina para a formação de obreiros).
4. Ensinar o povo de Deus a ser familiariza com a sua palavra ?a bíblia?.
5. Promover o crescimento espiritual dos seus alunos (Rm 8:6).
6. Anunciar o Senhor Jesus Cristo por métodos de estudos bíblicos (Mc 16:19-20).

A Escola Bíblica Dominical é o centro principal de formação cristã religiosa das igrejas evangélicas! As crianças, adolescentes, jovens e adultos ao receberem os ensinos sadios, maravilhosos e inspirador das escrituras sagradas, são todos beneficiados do mais novo ao mais velho; as crianças recebem sua base para formação moral e espiritual, os adolescentes formam sua personalidade cristã, já os adultos renovam suas forças para uma vida cristã sempre saudável, frutífera e abundante na presença do nosso Senhor Jesus Cristo (Pv 23:15).

Frases:

Os Cristãos fazem-se; não nascem feitos.
(Tertuliano)

A Escola Bíblica Dominical e um curso de teologia celestial de graça.
(Silvio Ribeiro)

Dez razões para frequentar a Escola Bíblica Dominical

1. Do ponto de vista da santidade:

Ela ensina a Bíblia, que é à base de nossa fé em Deus e conduz a Cristo como Salvador e Senhor de cada individuo (Salmos 119:105).

2. Do ponto de vista da educação:

Treina a mente e o coração em direção a eternidade (Salmos 90:2).

3. Do ponto de vista da sociedade:

Habilita você a gozar da amizade e companheirismo de cristãos sinceros (Provérbios 17:17).

4. Do ponto de vista da personalidade:

Ajuda a desenvolver a personalidade cristã necessária para enfrentar vitoriosamente os problemas da vida (João 16:33).

5. Do ponto de vista do caráter:

O principal objetivo da Escola Dominical é ensinar-nos a ser cristãos exemplares em palavras e atos (I João 3:18).

6. Do ponto de vista do interesse:

Apresentar programas interessantes para seu prazer e cultura (Provérbios 29:26).

7. Do ponto de vista da Família:

Existe uma classe para cada idade, e a família toda pode ir e tirar proveito dos ensinos recebidos (Salmos 122: 1).

8. Do ponto de vista do serviço:

Dá ampla oportunidade para servi a Deus e à Igreja, em atividades que não serão possíveis em qualquer outro lugar (Colossenses 4:5).

9. Do ponto de vista imortalidade:

Dirige nossos olhos para o céu e nos faz compreender que devemos preparar-nos para uma outra vida além da sepultura (Mateus 10:39).

10. Do ponto de vista pratico:

O intervalo de uma hora ou mais que passamos na Escola Dominical, cada domingo, não poderia ser empregado com maior proveito em qualquer outra lugar (Mateus 6:33).

ESCOLA BÍBLICA - REVISTA E ATUALIZADA



Pontualmente, no mesmo local, um grupo se reunia para estudar a Bíblia, apesar de estar limitado pelo cabresto dogmático que impôs a si mesmo com o passar dos anos. Mas, a presença de um visitante inesperado trouxe grande surpresa e inquietação. Em seu discurso, o visitante apresentou uma interpretação nova e inconcebível aos seus ouvintes. Diante da argumentação contundente, e sem meios de respondê-la, não houve outra posição a tomar, aa não ser a rejeição total acompanhada de perseguição.
Um segundo grupo recebeu o mesmo visitante, mas ao ouvir coisas tão conflitantes com o que acreditava até aquele momento, se dedicou a pesquisar e verificar a fundamentação bíblica dos argumentos apresentados. Ao findar a pesquisa, o grupo aceitou as afirmações do visitante.
Talvez pudéssemos registrar dessa forma as reações antagônicas dos judeus tessalonissenses e bereanos diante da releitura que Paulo fez do Antigo Testamento para apresentar Jesus como o Cristo, há muito esperado por eles. Exaltamos a atitude dos bereanos porque tomaram a decisão acertada, mas negligenciamos o processo em que isto aconteceu. Infelizmente não estamos oferecendo aos crentes de hoje os subsídios necessários para o mesmo aprofundamento na Palavra. Não oferecemos os instrumentos para que o crente tome decisões acertadas pautado na Palavra de Deus. Cabe a pergunta: Que tipo de ensino bíblico temos oferecido? Por que os membros de nossas igrejas não estão preparados para discernir as muitas doutrinas que chegam até eles? Podemos pensar em algumas possíveis respostas.
Supervalorização do Professor
Tem-se adotado um modelo tradicional de ensino colocando o professor no centro do processo ensino-aprendizagem.Aliás, o pensamento ainda dominante é: o professor ensina - o aluno aprende. Por isso direcionou-se todo o esforço pedagógico para transmitir conteúdo ao professor, que por sua vez deve transmití-lo ao aluno. Paulo Freire denomina este processo de "Educação Bancária", pois se faz o depósito de conhecimento no outro. É interessante verificar este processo na descrição do papel do professor de adultos como intérprete da Palavra na visão de Norvel Welch:
  O professor da Escola Bíblica Dominical é um intéprete da Bíblia. Ele foi nomeado para este fim. Ele fica ao lado do seu aluno para dar as melhores explicações possíveis, para esclarecer palavras e frases difíceis, para desaconselhar conclusões precipitadas e para evitar interpretações espúrias, forçadas ou prejudiciais.
Afirmar que algumas pessoas podem interpretar a Bíblia e outras não, é voltar a Idade Média. As Sagradas Escrituras eram objeto de posse da Igreja e somente nela, por intermédio do clero, é que o povo podia ouvir seus ensinamentos. É bom lembrar que os batistas, assim com fez Lutero, defem o livre exame das Escrituras.
Uma visão mais interativa do papel do professor , podemos encontrar em Lucien E. Coleman Jr. Para ele a função do professor é facilitar a aprendizagem, criar condições favoráveis para que ela aconteça. Além de interpretar a Bíblia, o professor tem a difícil tarefa de ajudar os alunos a interpretá-la.
   O que é mais fácil: ajudar alguém a compor sua própria interpretação da Bíblia ou simplesmente contar-lhe a sua? O que exige mais capacidade: "expor o assunto" de uma maneira pré-fabricada ou orientar os alunos à medida que eles descobrem a verdade por conta própria?
Mas, no dia-a-dia da Escola Bíblica em muitas regiões do Brasil, infelizmente, nem professor, nem aluno interpretam a Bíblia. Ambos reproduzem a interpretação feita pelo autor da revista utilizada, com total ausência de senso crítico.
Ensino Bíblico Para Reprodução
O resultado disto, depois de anos, é um ensino bíblico com ênfase na reprodução. produzindo alunos passivos e dependentes, que não sabem "responder a razão de sua fé". Eles somente repetem o que seu professor ou pastor lhe transmitiu. Estão prontos para reproduzir os argumentos daqueles que mais o impressionaram, mesmo que sejam líderes de doutrinas divergentes. Quando os questionamentos externos, fogem dos parêmetros da revista, nossos alunos não sabem reagir.
Podemos imaginar que os tessalonicenses visitados por Paulo na sinagoga podiam reproduzir somente os ensinamentos de seus mestres. Não estavam preparados para uma confrontação com um ensinamento diferente. Sem conhecer e utilizar os princípios de interpretação bílbica, sem desenvolver o hábito de pesquisar em outras fontes além da revista, do professor ou do pastor, nosso povo está despreparado para enfrentar o misticismo deste final de século.
No entanto, segundo o autor do livro Programa de Educação Religiosa, "o objetivo da educação religiosa é a formação de uma consciência que oriente a conduta do cristão à luz da Palavra de Deus ..." A formação da consciência crítica para tomada de decisões acertadas, principalmente aquilo em que devemos crêr, vai acontecer mediante problematização, debate, reflexão. Precisamos criar um clima favorável a questionamentos por parte dos alunos, mas precisamos oferecer-lhes condições de usarem os princípios hermenêuticos em sua confrontação com a Bíblia . É indispensável conhecer os instrumentos básicos para interpretar a Bíblia e achar as possíveis respostas para os questionamentos feitos ou novas idéias que aparecem constantemente.
Separação entre Bíblia e Realidade
Por mais importante que a Bíblia seja para nós, não podemos ensiná-la fazendo um corte com a vida, com a realidade do aluno. Mais importante que o saber cognitivo da Bíblia, mais importante do que a memorização de capítulos inteiros, é entendermos a sua mensagem ontem e hoje. O que Deus está nos dizendo através de Sua Palavra? Informações sobre os fatos históricos são importantes para entendermos o contexto, mas se pararmos tão somente neste estágio, a Palavra não cumprirá o seu objetivo: conhecermos a vontade de Deus.
Outro aspecto a considerar é que a Palavra de Deus ensina a cada um de nós a lição que precisamos. Deus sabe exatamente aquilo que precisamos mudar em nossas vidas e nós também sabemos. Num processo de ensino-aprendizagem é o aluno quem deve descobrir como aplicar o texto bíblico estudado em sua vida. Normalmente, numa visão paternalista de ensino, o professor é quem dá a aplicação do texto pronta para o aluno no final da aula.
Estrutura Enferrujada
Uma estrutura educacional existe para facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Porém na Escola Bíblica muitas vezes acontece o contrário: professor e aluno são oprimidos pela estrutura. Por isto optamos por analisar a estrutura com os olhos do professor e do aluno. Talvez possamos encontrar respostas para perguntas como: Por que é constante a busca por professores? Por que é baixa a freqüência e reduzido o número de matriculados?
O Professor
São muitas as exigências para o professor da EBD. Além de ensinar a Palavra, segundo Norvel Welch ele também deve ser exemplo em sua vida cristã; evangelizar colocando Cristo como Salvador em qualquer lição que ensinar; ser o líder da classe na visitação dos doentes e faltosos e ainda ser o amigo e conselheiro de todos os alunos. Quase que estamos descrevendo um super-crente. A realidade é outra. A vida do professor é agitada durante toda semana. Seu tempo tem que ser dividido com família, trabalho e muitas vezes estudo. É hora de perguntarmos que apoio o professor tem recebido para realizar seu trabalho? Se entendemos que ele é importante no processo, então temos que ajudá-lo. Abaixo você pode encontrar algumas sugestões.
Fatores Motivadores
Fatores Desmotivadores
  • Ao ser convidado, receber suas tarefas por escrito.
  • Participar do processo de escolha do currículo.
  • Escolher o conteúdo que gostaria de ensinar e se aprofundar.
  • Receber orientação pedagógica direcionada às suas dificuldades no ensino.
  • O dever de dominar a cada trimestre todo o conteúdo da revista, sem ter chance de se aprofundar em um livro ou período histórico da Bíblia.
  • Receber a revista com poucos dias de antecedência para se preparar.
  • Participar de Estudo Prévios cansativos, que tentam explorar todo o conteúdo do trimestre em poucas horas.
  • Receber xerox de capítulos de comentários ou dicionários que auxiliarão em sua pesquisa referente as lições que serão estudadas.
  • Receber um cartão ou uma visita no dia do seu aniverário.
A ausência de espaço adequado e recursos didáticos.
  Ser avaliado a cada trimestre pelos alunos e pela Escola, de forma que possa identificar os aspectos que demonstram seu progresso e/ou dificuldades.
  Utilizar diferentes tipos de avaliação para identificar o desenvolvimento ou não da classe a cada trimestre.
  Ter oportunidades para compartilhar vitórias e dificuldades com outros colegas em encontros informais, que favoreçam momentos devocionais e de lazer.
  Receber da secretaria um relatório que demonstre a frequência da classe com nomes e endereços de alunos faltosos, assíduos e visitantes.
  • A carência de apoio pedagógico e bíblico teológico.
  • Ter suas aulas interrompidas com freqüentes avisos.
  • Não ter o mínimo de uma hora para desenvolver a aula.
  • Trabalhar todos os domingos do ano sem direito a férias.
  • Nunca receber uma palavra de incentivo e reconhecimento do seu trabalho.
O aluno
Para começar, a EBD é uma escola muito fácil de entrar e difícil de sair. O processo de matrícula acaba por baratear o ensino. Segundo o Manual da EBD, a pessoa pode se matricular em qualquer domingo do ano, depois de uma ou mais visitas a uma classe. Somente em caso de morte, transferência para outra igreja ou mudança de residência para outra cidade é que se admite que um nome seja retirado dos registros da secretaria.
Que esforço a pessoa deveria fazer se ele é um aluno permanente numa escola? Que motivação teria para ser assíduo se sabe que deve fazê-lo por toda a sua vida e não por um período? Na minha opinião, seria mais atraente oferecermos ao aluno propostas de cursos, com currículo e carga horária definida, em que ele percebesse o seu desenvolvimento ao vencer etapas. Atualmente, o aluno passa para uma outra etapa automaticamente quando vence o estágio de desenvolvimento físico e mental de sua faixa-etária. Mas, existem outros fatores desmotivadores e motivadores.


Fatores Motivadores
Fatores Desmotivadores
  • Pertencer a um grupo de estudo de seu interesse ou de sua faixa-etária.
  • A cada trimestre ter mais de uma opção de estudo e matricular-se para tal.
  • Estar aprendendo mais sobre Deus e como interpretar e aplicar a Sua Palavra.
  • Perceber que a cada etapa, o estudo apresenta um grau maior de dificuldade.
  • Fazer descobertas durante o estudo.
  • Usar diferentes materiais de apoio para pesquisa.
  • Participar de atividades extra-classe que sejam complementação do estudo bíblico.
  • Receber apoio da classe para superar dificuldades pessoais.
  • Compartilhar com a classe seus pedidos de oração.
  • Ser avaliado em seu desenvolvimento no conhecimento bíblico por professor e colegas e por ele mesmo.
  • Fazer a cada domingo, a aplicação do texto bíblico com sua vida.
  • Periodicamente, fazer uma auto-avaliação.
  • Ter mais opções de dias e horários para o estudo bíblico.
  • Ouvir a exposição da lição por parte do professor .
  • Estudar um conteúdo que não escolheu.
  • Estudar o mesmo assunto diversas vezes e com abordagem semelhantes.
  • Ser esquecido no dia do seu aniversário.
  • Ter o estudo interrompido por constante faltas do professor.
  • Usar uma literatura de apoio pouco atraente.
  • Ter o seu tempo de estudo reduzido por avisos e abertura do departamento a que pertence.
  • Passar um trimestre após o outro, sem nunca identificar o seu crescimento ou não depois do estudo.
  • Ouvir do professor a aplicação do texto bíblico.
  • Nunca ser ouvido pelo professor, diretor da EBD e demais líderes, sobre como vê a estrutura adotada, o nível de ensino, etc.
  • Nunca receber uma palavra de incentivo por sua frequência e assiduidade.
  • Apesar de seu esforço no estudo da lição, não lhe é dada a oportunidade de ter a experiência de conduzir processo ensino-aprendizagem.
  • Ter dois professores que se revezam a cada domingo. Apesar do assunto ser o mesmo, o processo é interrompido, poi cada professor tem o seu estilo.

PASSOS PARA REVISÃO E CORREÇÃO

1. Avaliar: reunir a liderança da EBD para avaliar o momento atual e identificar o pontos fortes e fracos.
a. Entrevistar o pastor para identificar sua visão sobre EBD.
b. Desenvolver um formulário de pesquisa onde professor e aluno podem expressar suas opiniões sobre a administração da EBD, sua estrutura (horário, salas, abertura e encerramento, divisão em departamentos e classes por faixa-etária, etc), literatura, e também colher sugestões.
c. Com cuidado e sensibilidade, desenvolver um formulário para que o aluno avalie o trabalho do professor ao final do trimestre.
d. O aluno também deve ser avaliado pelo professor para verificar a aprendizagem do mês ou trimestre. (Deve-se evitar perguntas objetivas que provocam respostas que foram memorizadas.)
e.Incentivar a auto avaliação do aluno e do professor.
2. Planejar: Reunir o Conselho da EBD para que a partir das informações coletadas, identificar as necessidades, redefinir a estrutura a ser utilizada, estabelecer alvos, definir estratégias e o cronograma de execução. Se for necessário nomear uma comissão para estudar e sugerir o currículo, mas que seja receptiva a coletar sugestões de professores e alunos. O currículo deve ser flexível e com alternativas para alunos e professores.
3.Orientar: Cada pessoa que atua na EBD(diretor, professor, secretários, líderes de integração) precisa estar segura sobre as tarefas que terá que realizar. Muitas vezes é mais produtivo orientar individualmente e acompanhá-las em suas dificuldades.
a. Dar tarefas por escrito
b. Solicitar leituras de apoio, se necessário,
c. Ajudar na execução de tarefas de maior dificuldade,
d. Agendar datas para apresentação de tarefas
e. Elogiar o cumprimento das tarefas
Para a prover a formação de professores, algumas igrejas utilizagem a Classe de Professores Permanente, algumas vezes antes do horário da EBD, outras vezes por revezamento de professor titular e auxiliar durante o horário da EBD. Depois de algum tempo esse sistema se torna cansativo e ineficaz. Quero sugerir a promoção de um curso para professores com um currículo elaborado a partir das necessidades identificadas na avaliação ou individualmente. O importante é que o curso tenha uma duração definida e não muito extensa (três meses), que tenha o assunto bem delimitado, que seja em horário adequado para a maioria dos professores. Ao final, o professor deve receber um certificado num momento especial, diante de toda igreja.
4.Promover:
a.Carta aos faltosos e membros da igreja que não são alunos, convidando para novos cursos, classes ou projetos que foram planejados.
b. Cartazes, faixas, mural da EBD, boletim da EBD, etc.
c. Anúnicios em rádio
d. Promoção de eventos: Congresso da EBD, culto sob a direção da EBD com ênfase no Estudo Bíblico; Dia da Bíblia, Acampamentos, etc.
5. AVALIAR:
Não haveria razão de escrever este artigo, caso os educadores e pastores, tivessem o hábito de avaliar permanentemente. Por melhor que seja o projeto a ser experimentado, deve ser avaliado.Alguns poucos educadores já descobriram esse caminho e estão promovendo mudanças significativas em seu sistema de ensino bíblico.
Vivemos um momento de transição muito importante. Queremos romper que a Escola Bíblica Tradicional, mas ainda não encontramos soluções para todos os problemas. Uma coisa é certa: não existe uma proposta modelo de EBD que atenda a todas as igrejas. Mais interessante do que isso, seria a existência de vários modelos de EBD, que nos servissem de motivação para elaborarmos uma proposta adequada para nossa realidade. Estamos nesta direção!


(E.B.D) AÇÃO PEDAGÓGICA



O ato de dirigir a Escola Bíblica é bastante abrangente. A pessoa escolhida para este fim não pode restringir sua ação a um mero acompanhamento do funcionamento das classes no domingo. Há muito o que fazer! Os diretores de EBD que não contam com a orientação de um Conselho de Educação Religiosa podem buscar a assessoria de profissionais da educação que são membros da igreja, e, assim, encaminhar ações que contribuam para o aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem. Pretendemos com este trabalho oferecer subsídios para aqueles que desejam exercer uma interferência pedagógica na EBD, e, consequentemente, desenvolver na igreja um estudo bíblico com qualidade.
Duas questões centrais precisam fundamentar o fazer pedagógico do diretor da EBD: Como favorecer a ministração de um ensino bíblico relevante? E o que fazer para melhorar a EBD? Segundo Gagliardi Junior, três elementos envolvidos no processo de ensino por si só garantem a relevância desse processo:
  "O que se ministra - a Palavra de Deus; a quem se ministra – homens e mulheres, criaturas de Deus; e para que se ministra – para expansão do Reino e glória de Deus."
Diante disso, não podemos nos contentar com qualquer ação. Precisamos estar atentos no processo como um todo, na relação professor-aluno e aluno-aluno, na dinâmica organizacional e na formação dos professores. O que, com certeza, nos ajudará a melhorar a EBD e a buscar a sua relevância.
Nosso desejo é que, as questões que abordaremos a seguir, sejam assumidas como material sugestionador. Apontaremos caminhos que, acreditamos, contribuirão para o redimensionamento do trabalho.
Planejamento
Definir os caminhos da ação é fundamental para o desenrolar do processo e um bom começo para a direção da EBD. Esta importante etapa, segundo Danilo Gandin, pode se dar através da caracterização da realidade existente, projeção da realidade desejada e definição das necessidades. Entre o que se tem e o que se quer, há uma distância que pode ser encurtada com a satisfação das necessidades.
  "Planejar é, de fato, definir o que queremos alcançar; verificar a que distância, na prática,estamos deste ideal e decidir o que se vai fazer para encurtar esta distância."
Formação Continuada dos Professores
A direção da EBD precisa ser criteriosa na composição do corpo docente. Os professores devem ser bem escolhidos e preparados. Ser fiel, assíduo, pontual e sujeito da práxis (teoria e prática dialeticamente integradas) são alguns viés do perfil deste educador. O preparo precisa se consolidar através de um programa de formação continuada que contemple ações integradas e progressivamente dinamizadas.
Cremos que um diretor de EBD pode contribuir para a formação de sua equipe, encaminhando, entre outras coisas:
  • Reunião Pedagógica periódica para estudo, reflexão, troca de experiência, avaliação e redirecionamento da proposta de trabalho.
  • Visão Panorâmica da Unidade Temática em estudo, para abordagem dos conceitos principais e levantamento de questões para aprofundamento.
  • Cursos que explorem aspectos diversos, a partir das necessidades dos professores: Interpretação Bíblica; Metodologia de Ensino, Preparação de Aulas; Aprofundamento Teológico; entre outros.
  • A organização de uma biblioteca básica, adquirindo, pelo menos, a cada período, um comentário bíblico a respeito do assunto em estudo.
  • A entrega de material complementar como, por exemplo, comentários bíblicos que possam esclarecer o texto a ser estudado.
  • Pesquisas para levantamento das necessidades.
Ministração do Ensino
Um diretor de EBD precisa incluir em seu plano de ação o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem. Não basta definir o que vai ser ensinado, é fundamental que se preocupe com o como vai ser ensinado.
Uma grande dificuldade da Escola Bíblica tem sido justamente o encaminhamento de aulas meramente expositivas, centradas predominantemente no professor. Sendo nossa meta um ensino bíblico com qualidade, devemos considerar a possibilidade de que este aconteça a partir de um trabalho educativo participativo.
O diretor pode ajudar, criando oportunidades, como as que descrevemos anteriormente, em que o corpo docente seja confrontado com uma proposta de ministração de ensino em que se priorize a ação do aluno e do professor. Onde situações de ensino sejam planejadas para possibilitar a participação do aluno de uma forma tão efetiva quanto a do professor. O bom professor é aquele que consegue provocar nos seus alunos uma louca vontade de aprender o tema em estudo. E aprender é construir, é lidar com um conhecimento que se articula a partir de uma idéia mental criativa. Logo, só ouvir não dá conta do processo. É necessário forçar o exercício mental construtivo do aluno.
Relação Professor-Aluno e Aluno-Aluno
É extremamente valioso quando há um envolvimento maior entre o aluno e o professor. Expresso, inclusive, em experiências da vida real que extrapolem os limites das aulas semanais. É importante que o aluno veja, na prática, na vida do seu professor o que ele ensina. Quando o professor interessa-se pessoalmente pelos seus alunos, aconselhando-os e ajudando-os em tudo o que for possível, está contribuindo decisivamente para um ensino relevante.
Os alunos também precisam ser estimulados ao exercício da mutualidade. Isto é, ministrarem uns aos outros, a fim de construírem a unidade.
Como vemos, o relacionamento interpessoal é um aspecto tremendamente significativo, não podendo deixar de ser considerado pela direção da EBD. Atividades extra-classe, células de comunhão, discipulado... são alguns procedimentos que podem ser encaminhados pelo diretor. Mas, sobretudo, insistir no desenvolvimento de uma relação dialógica, quando, nas aulas, os alunos sentem-se a vontade para colocar suas questões, compartilhar experiências, e o professor, habilmente, aproveita as diferentes falas e situações para a exploração do conceito em estudo. É a busca pelo predomínio da troca, da partilha, da comunhão, do cuidado uns com os outros...
Dinâmica Organizacional
Para que as iniciativas já comentadas provoquem resultados minimamente satisfatórios, torna-se necessário o cuidado com as condições para o trabalho. Nesse sentido, é ação também do diretor atentar, entre outras coisas, para os critérios de formação dos grupos de estudo, a quantidade de alunos possível, o horário de funcionamento, o material que vai ser utilizado e os registros atualizados.
Os grupos de estudos ou as classes, como comumente são chamadas, não devem obrigatoriamente ser divididas por faixa etária e sexo. O que deve definir a organização é a proposta curricular. Um curso básico precisa ser criado para os iniciantes. Após o término do curso básico, comum a jovens e adultos, estes, então, poderão ser inscritos em classes ou departamentos, sem que haja, no entanto, rigidez neste critério e forma. Por que não organizar os grupos por interesses, conhecimentos bíblicos, escolaridade?
Quanto a quantidade ideal de alunos, temos a dizer que os grupos não devem ser grandes. Preferencialmente não exceder a 20 alunos para cada professor. Justamente para facilitar uma ministração de ensino a partir de um trabalho educativo participativo, com o predomínio da relação dialógica e o cultivo de um bom relacionamento interpessoal entre todos.
O horário de funcionamento, assim como o tempo dedicado ao ensino, não devem ficar presos a costumes e hábitos. A Escola Bíblica não tem que necessariamente ser dominical. E o tempo de aula deve ser o maior possível.
Assim como nos demais aspectos, o que deve definir a escolha do material a ser utilizado é a proposta curricular. Esse material, contudo, não pode resumir-se a revista. Verificamos que a utilização da revista é uma prática comum para facilitar e, de certa forma, uniformizar o estudo bíblico ministrado em nossas igrejas. É bom que os alunos possuam um material que lhes auxilie na descoberta e arrumação dos conceitos bíblicos. Podendo ser a revista ou não. O que não é bom é que este material deixe de ser um auxílio e passe a ser um fim em si mesmo. O encaminhamento da aula não pode limitar-se ao estudo da revista. Nosso conteúdo é o teológico, e a Bíblia é o livro-texto. Precisamos, como nos indica Gagliardi Junior,
"...contar com ortodoxia de conteúdo. Isto é ter a Bíblia como o seu livro-texto e ser fiel a ela em seus ensinos e doutrinas."
A organização pedagógica da EBD precisa considerar a utilização de instrumentos que garantam a atualização dos registros: Cadastro dos professores; ficha individual dos alunos; fichário de alunos em perspectiva e anotação das visitas. Estes dados ajudarão nos diferentes encaminhamentos do trabalho.
Proposta Curricular e Avaliação Periódica
Em vários momentos nos reportamos a necessidade de definição da proposta curricular. Esta se constitui no eixo direcionador do trabalho. O diretor que deseja exercer uma ação significativamente pedagógica, não pode abster-se de se envolver nesta área.
O currículo implica numa série de fatores: alunado a que se destina, realidade, necessidades... Não é tarefa nossa, nesse Encontro, discutir os caminhos de sua construção. Pontuamos, no entanto, a necessidade da direção da EBD ampliar a sua visão em relação a esse aspecto. Um procedimento que pode ajudar bastante, aliviar a carga de responsabilidade do diretor e facilitar a articulação desta construção, é a organização de uma comissão de currículo. Esta comissão pode ser formada pelo pastor da igreja, por um pedagogo e por um professor da EBD. Juntos, encontrarão, mais facilmente, meios de avaliar, pesquisar e definir os ciclos de estudo adequados a realidade e necessidade da igreja.
A avaliação precisa ser assumida como aliada. Com a função de diagnosticar o processo, ela sinalizará os acertos a serem feitos. Assim, o diretor da EBD deve prever a sua prática sempre. Cada ciclo de estudo precisa ser avaliado. Colher, através de pesquisas, a opinião dos alunos sobre o programa e desenvolvimento da classe e sobre o desempenho dos professores, é uma das etapas avaliativas. A outra deve referir-se à aprendizagem, e pode acontecer através de exercícios ou questões subjetivas. O processo avaliativo deve estar intimamente articulado à proposta curricular.
Divulgação
Divulgar a EBD é uma estratégia que, com certeza, influenciará no pedagógico. A criatividade do diretor e sua equipe produzirá boas idéias. Para exemplificar, contudo, destacamos algumas dicas sinalizadas por Olga Nogueira Sant’Anna em seu artigo: Por onde recomeçar?
  • Cartas aos faltosos e membros da igreja que não são alunos, convidando para novos cursos, classes ou projetos que foram planejados.
  • Cartazes, faixas, mural da EBD, boletim da EBD, etc.
Um diretor de Escola Bíblica que não deseja reduzir a sua ação ao ato de abri-la e fechá-la, tem pela frente uma longa jornada, perpassada de muitos caminhos e descaminhos. O trabalho coletivo é uma saída. Aliar-se a pessoas da igreja que militam na área de educação, mas sobretudo, com experiência de vida cristã, é uma atitude a ser buscada.
São muitas as propostas e grandes os desafios. Esperamos que o Senhor nos capacite e nos ajude a ampliar nossa visão e alcançar novos horizontes em educação religiosa.