domingo, 6 de outubro de 2013

JOSÉ – benévolo, quando exaltado.



“Podemos não ser responsáveis por todas as coisas que ocorrem conosco, mas somos responsáveis pela maneira como nos comportamos quando elas acontecem”. – Ralph Emerson.
A vida e o sucesso de José tem muito a ver com esta frase. Ao ser vendido pelos irmãos, injustiçado pela mulher de Putifar e esquecido pelo copeiro-chefe, tinha tudo para ser um homem revoltado, amargurado e ressentido, mas não permitiu que nada dessas coisas negativas e destrutivas pudessem afeta-lo. Não que ele fosse insensível ou de ferro, mas sabia, como homem que andava com Deus, que homens prósperos não permitem que as ações dos outros determinem as suas.
A beleza do sucesso de José está no fato dele beneficiar outras pessoas com o seu sucesso, como veremos a seguir.
I.              BENEFICIO GERAL – Gn 41,14-57.
O sonho que o Faraó teve com as sete vacas gordas e as sete vacas magras – Gn 41,1-4 – era, simplesmente um aviso de Deus que um tempo de fome estava para vir. A interpretação de José, inspirada por Deus, não somente abriu-lhe o caminho para ser Governador no Egito, com trouxe beneficio a todo mundo da época.
Os magos do Egito - "Chegada à manhã, o faraó com o espírito preocupado, mandou chamar todos os mágicos e sábios do Egito. Contou-lhes seus sonhos, mas nenhum deles soube explicá-los". (Gn 41,8) – no hebraico “escribas sagrados”, eram uma espécie de peritos em manusear os livros de assuntos “sagrados”. É provável que para tentar interpretar este sonho de Faraó tenham consultado literatura sobre sonhos, que era uma mescla de astrologia e ocultismo. A pratica de interpretação de sonhos era comum na época, haja vista o fato do que quando José interpreta o sonho do copeiro-chefe e do padeiro-chefe, ambos já tinham procurado interpretação com outros - "“ Tivemos um sonho, responderam; e não há ninguém para no-los interpretar.” “Porventura, não pertence a Deus, replicou José, a interpretação dos sonhos? Rogo-vos que mos conteis. ”" (Gn 40,8).
A graça de Deus era tão abundante sobre a vida de José que ele teve autoridade para aconselhar o Faraó sobre o que deveria fazer para enfrentar o tempo de fome – vv 33-36 – Faraó gostou do conselho – v 37 – e escolheu o próprio José para governar a sua casa – vv 38-40.
E o jovem governador, de apenas 30 anos de idade – “José tinha trinta anos quando se apresentou diante do faraó, o rei do Egito” – Gn 41,46a – usa o seu poder para beneficiar toda a terra do Egito e todo o mundo – Gn 41,53-57.
“41,1-36: Começa a ascensão de José. Além do seu discernimento para interpretar a ação de Deus, ele demonstra também o tino administrativo que salvará da fome o país. José é sábio: tem capacidade de discernir a ação de Deus e agir de acordo, pois a providência de Deus não dispensa o homem de analisar as situações e tomar atitudes adequadas.”  - Bíblia Pastoral.
“41,37-57: Por sua previdência e tino administrativo, José se torna vice-rei do Egito e, graças a ele, é contida a situação de fome do povo. Seus filhos Manassés e Efraim formarão duas tribos em Israel, que juntas formam a «Casa de José».” – Bíblia Pastoral.
II.            BENEFICIANDO OS IRMÃOS – Gn 42,1-45,28.
“Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito; a promessa do Senhor é provada; ele é um escudo para todos os que nele confiam.” – Sl 18,30.
A fome inevitavelmente  atingiria os irmãos de José – os mesmos que o venderam. E onde havia comida? Somente no Egito. E quem era o Governador do Egito? O irmão José. Quem decidiria se eles poderiam ou não levar comida para casa? Ele mesmo – o irmão invejado e odiado.
1.    O primeiro encontro com os irmãos  - Gn 42,6-17.
A principio, José não se dá conhecer a seus irmãos , parece evita-los e chega até mesmo trata-los com aspereza - "José reconheceu-os imediatamente, mas, comportando-se com eles como um estrangeiro, disse-lhes com rudeza: “Donde vindes?” “Da terra de Canaã, responderam eles, para comprar víveres.”" (Gn 42,7). Tudo indicava que um coração vingativo era o que dominava José. Mas nosso personagem não é assim - "E José afastou-se deles para chorar. Voltou em seguida e falou-lhes; e escolheu Simeão, ao qual mandou prender na presença deles". (Gn 42,24); há amor e misericórdia suficientes na vida desse Governador. E ao ver seus irmãos se prostrando diante dele, lembra-se imediatamente dos sonhos que tivera – Gn 42,6.9; 37,5-10.
2.    José dá-se a conhecer a seus irmãos – Gn 45,1-15.
"Então José, já não se podendo conter diante de todos os assistentes, exclamou: “Fazei sair todo o mundo.” Desse modo, ninguém ficou com ele, quando se deu a conhecer aos seus irmãos". (Gn 45,1).
Ele testou seus irmãos de todas as maneiras – Gn 42,9 – 44,34 – para ter certeza de que agora tinham um novo coração. E o choro compulsivo - "Pôs-se a chorar tão alto que os egípcios da casa do faraó o ouviram". (Gn 45,2) – revela que seu coração já não agüentava mais de tanta emoção!
"Mas agora não vos entristeçais, nem tenhais remorsos de me ter vendido para ser conduzido aqui. É para vos conservar a vida que Deus me enviou adiante de vós". (Gn 45,5). "Não sois vós, pois, que me haveis mandado para aqui, mas Deus mesmo. Ele tornou-me como o pai do faraó, chefe de toda a sua casa e governador de todo o Egito". (Gn 45,8).
3.    José encontra seu pai e abençoa toda a família – Gn 46,28-47,12.
"José mandou preparar o seu carro e montou para ir ao encontro de seu pai em Gessém. E, logo que o viu, jogou-se ao seu pescoço e chorou longo tempo em seus braços". (Gn 46,29)..
"José disse aos seus irmãos: “Vou avisar o faraó, dizendo: Meus irmãos e a família de meu pai que estavam em Canaã, vieram para junto de mim;" (Gn 46,31).
42,1-38: Os sonhos de José se concretizam: seus irmãos se prostram diante dele (cf. 37,5-11). José os trata com severidade para verificar o arrependimento deles, e os submete a uma série de provas. O que ele quer saber é se os irmãos se modificaram, e se são capazes de agir com verdadeira fraternidade. Simeão foi escolhido por ser o segundo filho, pois José fica sabendo que Rúben, o mais velho, não era culpado. Como José, Benjamim era filho de Raquel, a esposa amada de Jacó: será que os irmãos odeiam Benjamim como odiavam a José? – Bíblia Pastoral
43,1-34: O teste de fraternidade a que José submete os irmãos começa a surtir efeito: Judá se responsabiliza por Benjamim. A boa acolhida de José causa espanto nos irmãos e prepara o ponto máximo do encontro. – Bíblia Pastoral.
44,1-34: Cf. nota em 42,1-38. Judá, que tinha sugerido vender José como escravo (Gn 37,26-27) e fizera o pai sofrer, agora está disposto a se tornar escravo para que seu irmão Benjamim, preferido do pai, possa voltar para casa. Dessa forma, Judá redime a falta que cometera no passado contra a fraternidade. – Bíblia Pastoral.
45,1-28: Até agora o tratamento entre José e os irmãos era de um senhor para com os servos. Ao ver que os irmãos se transformaram, José se declara: «Eu sou José, irmão de vocês». E o clima se torna fraterno. As palavras de José (vv. 3-8) mostram o ponto de vista da fé sobre os acontecimentos: Deus age através dos homens e das situações para realizar seu projeto de vida. Muitas vezes não compreendemos os acontecimentos e situações porque não somos capazes de descobrir o que Deus quer com eles. Caminhamos no escuro e precisamos acreditar que Deus vai realizando o seu projeto através da nossa própria incompreensão. Só no fim compreenderemos que Deus estava junto conosco durante todo o tempo, encaminhando nossa história para a liberdade e a vida. – Bíblia Pastoral
III.           BENEFICIANDO NOVAMENTE A FARAÓ – Gn 47,13-26.
A capacidade administrativa de José e todas as sas boas intenções fizeram com que pudesse ajudar o próprio faraó. A sua “política econômica” tinha com base o evitar que pessoas morressem de fome; e permitir que Faraó continuasse sendo proprietário das terras do Egito.
Deus quer que seus filhos sejam generosos, e José mostrou isso durante toda a sua vida. Nunca quis armazenar gananciosamente para si mesmo e sua família. Por isso, teve um final de vida abençoado.
47,13-26: A narrativa da política agrária de José foi escrita na corte de Salomão, e tinha dupla finalidade: educar os funcionários da corte e justificar a política do rei. Salomão adotou o sistema político-econômico do Egito, instituindo os trabalhos forçados e o imposto em dinheiro e gêneros. O autor procura justificar o sistema adotado por Salomão, mostrando que o sistema foi criado por um hebreu. – Bíblia Pastoral.
IV.          OS EFEITOS DA BENEVOLENCIA DE JOSÉ – Gn 47,27-50,26.
1.    Os últimos dias de Jacó.
Þ     "E, aproximando-se do seu termo os dias de Israel, chamou o seu filho José e disse-lhe: “Se achei graça diante de teus olhos, mete, rogo-te, tua mão debaixo de minha coxa e promete-me, com toda a bondade e fidelidade, que não me enterrarás no Egito". (Gn 47,29).
Þ     Jacó abençoou os filhos de José – Efraim e Manassés – Gn 48,11-20.
Þ     Jacó proferiu bênçãos  proféticas sobre seus filhos, e evidentemente, José não poderia ficar de fora – Gn 49,22-26.
2.    O sepultamento de Jacó.
"Gastaram nisso quarenta dias, que é o tempo necessário ao embalsamamento. Os egípcios choraram-no durante setenta dias". (Gn 50,3). "Chegando à eira de Atad, além do Jordão, fizeram uma grande e solene lamentação, e José celebrou, em honra de seu pai, um pranto de sete dias". (Gn 50,10).
3.    José demonstra mais amor para com seus irmãos.
"Não temais, pois: eu vos sustentarei a vós e os vossos filhos”. Estas palavras, que lhes foram direto ao coração, reconfortaram-nos". (Gn 50,21).
47,27-48,22: O texto é uma combinação de tradições para explicar várias coisas, projetando-as no passado para apresentá-las como disposições de Jacó: por que Manassés e Efraim, filhos de José, se tornaram antepassados de duas tribos? Por que essas tribos prosperaram? Por que a tribo de Efraim superou a tribo de Manassés? – Bíblia Pastoral
49,1-33: Estas previsões atribuídas a Jacó refletem evidentemente um período posterior, quando o povo de Israel já estava organizado em tribos dentro da terra de Canaã. Portanto, espelham uma situação depois do êxodo. De um lado, mostram as dificuldades que as tribos tiveram de enfrentar, quando instaladas em Canaã. Por exemplo: Issacar teve de lutar dentro do sistema de trabalhos forçados das cidades-estado cananéias. Dã precisou enfrentar exércitos montados. Gad deparou com uma estratégia guerrilheira. Efraim e Manassés (José) lutaram contra exércitos de elite que usavam arcos. De outro lado, o texto mostra a sorte de cada tribo, buscando explicações passadas, nem sempre muito claras: Rúben e Simeão desapareceram como tribo; Levi não possui nenhum território para si; Judá, aos poucos, foi ganhando importância, até que se tornou, com Davi, a tribo principal na época do reino unido; Zabulon foi trabalhar na marinha. Outras informações do texto são obscuras. – Bíblia pastoral.
50,1-26: O último capítulo retoma o ambiente familiar que predominou na história de José, mas sem o mesmo tom dramático. Depois de narrar o funeral de Jacó, retoma o tema teológico que conduziu toda a história de José (cf. nota em 45,1-28): Deus age dentro dos acontecimentos, e só aqueles que enxergam isso poderão transformar a relação escravo-patrão em relações de fraternidade. Dentro desse discernimento e clima, Deus formará um povo numeroso (v. 20) que, escravizado, será por fim libertado para organizar uma sociedade onde haja liberdade e vida. – Bíblia Pastoral.
CONCLUSÃO OS ÚLTIMOS DIAS DE JOSÉ – Gn 50,22-26
A vida de José foi tão plena de recompensas que até seu pedido em relação a seus ossos foi atendido – "E José fez que os filhos de Israel jurassem: “Quando Deus vos visitar, disse ele, levareis daqui os meus ossos". (Gn 50,25). E é justamente este o destaque que o autor aos Hebreus faz da história de José - "Foi pela fé que José, quando estava para morrer, fez menção da partida dos filhos de Israel e dispôs a respeito dos seus despojos". (Hb 11,22).
José tinha fé que um dia seus descendentes partiriam do Egito para a terra prometida. Com o passar do tempo os seus ossos foram levados do Egito, quando os israelitas deixaram aquela terra sob a direção de Moisés - "Moisés levou consigo os ossos de José, porque este fizera os filhos de Israel jurarem: “Quando Deus vos visitar, levareis daqui os meus ossos convosco”". (Ex 13,19).

E foi enterrado em Siquém, depois do estabelecimento em Canaã - "Sepultaram também em Siquém os ossos de José que os israelitas tinham trazido do Egito; depuseram-nos na porção da terra que Jacó havia comprado aos filhos de Hemor, pai de Siquém, por cem peças de prata, e que se tornou propriedade dos filhos de José". (Js 24,32); "Comprou por cem moedas de prata aos filhos de Hemor, pai de Siquém, o pedaço de terra onde havia levantado sua tenda". (Gn 33,19).

JOSÉ – triunfando na adversidade.

Após ser vendido pelos irmãos a um grupo de comerciantes por míseros 20 moedas de prata, quando, na época, o preço de um escreva adulto era de 30 moedas, José foi novamente vendido. Agora, foi para a casa de Potifar, um homem poderoso e influente, oficial comandante da guarda de Faraó, que Dr. Charles Ryerie acredita se tratar de Sesostristis  III, que reinou de 1878 a 1843 a.C.
I.                    NO SERVIÇO DE POTIFAR – Gn 39,2-6.
1.      Um homem de sucesso.
Putifar colocou José como mordomo de sua casa - "José conquistou a simpatia do seu senhor, que o empregou ao seu serviço, pondo-o à testa de sua casa e confiando-lhe todos os seus bens". (Gn 39,4) – Mas não foi assim desde o começo. Ele chegou à casa de Putifar como simples escravo - "José foi conduzido ao Egito, e Putifar, um oficial egípcio do faraó, chefe da guarda, comprou-o aos ismaelitas que o levavam". (Gn 39,1), e aos poucos foi dando evidencias de honestidade, responsabilidade e lealdade. A expressão do v.2 - "e tudo lhe prosperava". (Gn 39,2) – é melhor traduzida – “tornou-se homem de sucesso”. Todavia, a idéia não é de posição social, antes de realização pessoal.
A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas."Seu senhor viu que o Senhor estava com ele e lhe fazia prosperar tudo o que empreendia". (Gn 39,3). Não está claro como Putifar chegou ao reconhecimento que a causa da prosperidade de José estava em Deus. No entanto, não é difícil concluir que isso veio como um testemunho do próprio José, que atribuía ao Senhor a razão de suas capacidades e caráter.
2.      Um homem sem ressentimento.
Outra coisa que precisamos destacar antes de passarmos para o próximo ponto é o fato de que José não permitiu que em seu coração houvesse ressentimento em relação a seus irmãos. Porque, se isso tivesse acontecido, o Senhor não teria  abençoado na casa de Putifar – Mt 6,14-15; Mc 11,25-26; Ef 4,26-27; Hb 12,14-15.
Temos então duas importantíssimas aplicações.
a)              José não se deixou dominar pela amargura, embora tenha sido tratado como um “animal” pelos irmãos.
b)              José também não permitiu que seu espírito se abatesse por estar vivendo uma situação tão diferente. Ou seja, por ter passado de filho querido e bem tratado pelo pai a escravo de oficial. Não tenhamos dúvidas de que isso teve total influencia na vida e na prosperidade de José, dando a ele o privilegio de ser encarregado de todos os negócios de Putifar.
II.                  NA TENTAÇÃO – Gn 39,7-18.
“Ora, José era belo de corpo e de rosto”. – Gn 39,6b. Essa descrição do nosso personagem prepara para a narrativa do famoso episódio entre ele e a esposa de seu patrão.
O coração de José estava  vivendo uma ótima fase – boa reputação, respeito do seu senhor, prosperidade, enfim, todos os “ventos” a seu favor! Sucesso, muito sucesso! Mas, não é justamente neste tempo que o maligno fica preparando uma cilada para os filhos de Deus? Com José não foi diferente.
Nada sei da mulher de Putifar além do que nos diz este trecho. Ela, sem duvida, já estava observando José há algum tempo. Aguardou um momento oportuno e “atacou”  o homem em quem seu marido mais confiava, o melhor de todos os empregados. Fui  informado que as mulheres egípcias tinham a reputação de serem lascivas e infiéis. Essa não foi uma exceção.
“Seduzir a José vai ser muito fácil”, ela deve ter pensado. Afinal, ele era só um escravo, e os escravos não possuíam padrões morais elevados. Mas esse era diferente, o que não significa que foi fácil para ele. Devemos lembrar que era jovem e estava na época em que o impulso sexual está a flor da pele. Não era um homem de pedra. Era um jovem viril e saudável, muito ativo e longe de casa.
Para que aproveitemos bem esta experiência da tentação de José, vamos esboçar os fatores principais que levaram o nosso herói a não cair, pois os mesmos nos ajudarão em nossos dias.
1.      José cultivava profunda atenção à presença de Deus.
Por quatro vezes neste capitulo está escrito que “o Senhor era com José” – Gn 39,2.3.21.23 – O fato é que Deus estava com José porque José andava com Deus. Isto nos lembra as palavras de Jesus em João - "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". (Jo 15,5). E Tiago nos ensina – “Aproximai-vos de Deus, e ele se aproximará de vós.” (Tg 4,8a). Se não tivermos a certeza da presença de Deus em todos os momentos e em todos os lugares, facilmente cederemos aos apelos da carne, do mundo e do diabo.
2.      José era diligente no trabalho.
a)      seriedade no trabalho.
b)      Consciência de que está fazendo para Deus – Ef 6,5-8.
c)      O fato de manter a mente ocupada.
a.      José recusou nutrir maus pensamentos.
“Mas ele recusou:.... ele não consentia em dormir com ela e unir-se a ela.”  - Gn 39,8-10.
b.      José avaliou as conseqüências.
"Não há maior do que eu nesta casa; ele nada me interdisse, exceto tu, que és sua mulher. Como poderia eu cometer um tão grande crime e pecar contra Deus?”" (Gn 39,9)
c.      José compreendeu que o pecado é contra Deus.
“Como poderia eu cometer um tão grande crime e pecar contra Deus?” Gn 39,9b.
d.      José utilizou o meio primário da fuga.
"ela segurou-o pelo manto, dizendo: “Dorme comigo!” Mas José, largando-lhe o manto nas mãos, fugiu". (Gn 39,12).
III.                NO CÁRCERE – Gn 39,19-41,13.
Se putifar tivesse crido naquela historia contada por sua mulher,certamente teria executado José. Mas o respeito que José havia conquistado perante Putifar certamente contribuiu muito para que houvesse um “abrandamento da pena”. E, sobretudo, mais uma vez, Deus o estava preservando. Com isso, nos lembramos da famosa citação do missionário, de que “todo homem e imortal até que se cumpra o propósito de Deus em sua vida”.
Por fim José está na prisão; embora estivesse preso - "e lançou José na prisão, onde se encontravam detidos os prisioneiros do rei. E José foi encarcerado". (Gn 39,20) – não devemos pensar que  era lugar de certo conforto, porque o Sl 105, 18 “feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferro,” podemos destacar quatro fatos:
1.      José continuava gozando a presença de Deus.
"O Senhor estava com ele. Mostrou-lhe sua bondade e fez que ele conquistasse a simpatia do chefe da prisão". (Gn 39,21).
2.      José experimentou prosperidade no cárcere.
"Este confiou a José todos o presos que ali se encontravam, e nada se fazia sem sua ordem". (Gn 39,22).
3.      José recebeu a capacidade de interpretar sonhos.
Neste ponto ele se assemelha ao profeta Daniel. Isso mostra seu nível de espiritualidade e comunhão com Deus, porque é algo que não vem da capacidade humana, mas é dom der Deus, no sentido de ser uma habilidade espiritual dada para um fim proveitoso. E a fidelidade de José também é vista nestas interpretações de sonhos, porque o sonho do copeiro-chefe era para a vida – Gn 40,9-13 – ao passo que o sonho do padeiro-chefe era para a morte – Gn 40,16-22 – O homem de Deus é justamente aquele que sabe dizer “sim” e sabe dizer “não”.
4.      José foi esquecido.
"Mas o copeiro-mor não pensou mais em José; esqueceu-o". (Gn 40,23). Esse esquecimento é pura gratidão por parte do copeiro-chefe, o que levou José a ficar mais de dois anos naquela prisão. Entretanto mais uma vez a providencia e a sabedoria de Deus estão presentes. Percebemos que Ele está no controle de tudo, pois é através deste desapontamento que José começa a escalar a montanha do sucesso.
CONCLUINDO
“39,1-23: José vai descendo aos limites do sub-humano: de pessoa livre, torna-se escravo, e de escravo torna-se prisioneiro. Contudo, de forma misteriosa e incompreensível para o homem, salienta-se quatro vezes que «Javé estava com José». Sem saber, qualquer pessoa pode estar sendo instrumento de Deus, e através dela, Deus espalha suas bênçãos para todos os que a cercam.” Bíblia Pastoral.
“40,1-23: Para os antigos, o sonho era um modo com que Deus se manifestava ao homem e lhe revelava o futuro. O significado do sonho, porém, só podia ser interpretado por Deus. Mostrando que José é capaz de interpretar os sonhos, o texto salienta que ele sabe discernir a ação de Deus na história, isto é, sabe ler o que Deus está para realizar.” – Bíblia Pastoral.
“41,1-36: Começa a ascensão de José. Além do seu discernimento para interpretar a ação de Deus, ele demonstra também o tino administrativo que salvará da fome o país. José é sábio: tem capacidade de discernir a ação de Deus e agir de acordo, pois a providência de Deus não dispensa o homem de analisar as situações e tomar atitudes adequadas”.

JOSÉ – amado e odiado.

José, cujo nome hebraico significa Ele acrescenta” teve uma das mais instrutivas vidas do Primeiro Testamento. Dela podemos aprender muitas lições vitais e práticas. O livro de Gênesis da mais espaço  a vida de José do que qualquer outro personagem – Gn 37-50. e não é sem motivo que ele aparece na galeria dos heróis da fé – Hb 11,21-22.
Para muitas pessoas,  uma das maiores áreas de conflito, que impede a liberdade e a alegria de viver, com também a habilidade em serem tão confiantes, vigorosas e eficazes quanto poderiam ser na vida e serviço cristão, é a forma com que lidam com  problema da hereditariedade. São vencidas, sentem-se frustradas e inferiores, se forem sinceras, admitirão que sentem como se Deus estivesse trapaceando, não lhes dando o tipo certo de genes, a classe social apropriada, a experiência correta, os privilégios e oportunidades de uma boa herança familiar, etc. passam pela vida sentindo pena de si mesmas e se auto-impondo limitações devido ao seu histórico da vida.
Toda, a vida de José vai nos mostrar que o nosso futuro não precisa ser exatamente igual ao nosso passado. Isto é, nem tudo que herdamos do lar, nem tudo que vimos e ouvimos dentro de casa precisa ter uma influencia tão direta em nossos dias posteriores. Principalmente quando são valores anticristãos. Sendo assim,a hereditariedade – transmissão de caracteres físicos ou morais de uma pessoa e aos seus descendentes – quando negativa, pode ser transformada  em bênçãos, se o descendente optar pela fidelidade e serviço ao Senhor Jesus Cristo.
I.                    AMADO PELO PAI – Gn 37,2-3.
Podemos ver o amor de Jacó por seu filho José por duas maneiras completamente diferentes.
1.      Pai superprotetor.
É pensar em Jacó como pai superprotetor, que não conseguiu criar os filhos com igual coração; como um pai que amava mais um filho do que os outros. Jose era o filho de velhice, tina apenas dezessete anos. Era o filho que Jacó teve com sua tão amada  e esperada Raquel - "Filhos de Raquel: José e Benjamim". (Gn 35,24). Como costumo dizer,não foi criado como filho, mas como neto. Teve privilégios que seus irmãos não tiveram. A “túnica talar de mangas compridas”, que  Jacó fez para o filho predileto, era uma veste ornamentada, de cores variadas. Hoje em dia, seria uma espécie de casaco multicolorido. O fato é que era uma veste de cerimonial, ostentosa e provocante, uma vestimenta real - "(Ela trazia um vestido comprido, como se vestiam outrora as donzelas filhas do rei.) O servo expulsou-a, fechando a porta atrás dela". (2Sm 13,18).
2.      A soberania divina.
A segunda maneira de entender o amor de Jacó por José é olharmos de  cima para baixo, ou seja, do ponto de vista da soberania de Deus. Porque, mais do que um “filhinho querido”, Jose era um vaso escolhido. E se você se recorda bem, esta eleição divina é  um dos temas de Gênesis – cf. "Antes mesmo que fossem nascidos, e antes que tivessem feito bem ou mal algum (para que fosse confirmada a liberdade da escolha de Deus, que depende não das obras, mas daquele que chama), foi dito a Rebeca: O mais velho servirá o mais moço (Gn 25,23).” (Rm 9,11-12). E se Deus escolheu um, dentre os filhos de Jacó, para uma missão especifica, é evidente que os outros não vão ter o mesmo destino. E o relato do sonho a seus irmãos - "Ora, José teve um sonho, e o contou aos seus irmãos, que o detestaram ainda mais:" (Gn 37,5) – indica que Deus é o “herói” da história, e não José, porque ninguém controla os propósitos sonhos.
É difícil saber até que ponto Jacó teve culpa nessa historia, ou até que ponto ele estava sendo simplesmente usado por Deus para cumprir os propósitos divinos.
II.                  ODIADO PELOS IRMÃOS – Gn 37,4-11.
Jacó privilegiou um filho. Todo privilégio sempre acontece em detrimento de outros. Então, era de se esperar que os irmãos de José  ficariam irritados,acumulando amargura e raiva. Como disse o apóstolo Tiago - "Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios". (Tg 3,16).
É importante a informação que o texto nos oferece - "Seus irmãos, vendo que seu pai o preferia a eles, conceberam ódio contra ele e não podiam mais tratá-lo com bons modos". (Gn 37,4).
Outro dado importante é que a “chama” do ódio vai aumentando:
·         No v 2 – só quatro irmãos parecem estar envolvidos;
·         No v 4 – é o grupo todo;
·         No v 10 – temos a censura do pai que colocou mais tenha na fogueira do ódio, e isolou ainda mais o jovem José de seus irmãos – a expressão “tua mãe” é uma referencia a Lia, que não era a mãe de José, porque Raquel já havia morrido - "Raquel expirou e foi sepultada no caminho de Efrata, hoje Belém". (Gn 35,19).
Alguém já disse que não há teste melhor para o homem que sua reação diante da grandeza e do sucesso de outra pessoa. E veja você que José contou apenas o sonho, e seus irmãos já estavam tomados pela inveja. Salomão afirma - "Um coração tranqüilo é a vida do corpo, enquanto a inveja é a cárie dos ossos". (Pr 14,30)
“37,1-11: A história de José se abre num clima dramático: preferido pelo pai e odiado pelos irmãos, descortina-se diante dele um futuro importante, apresentado em sonhos. O final da história apresentará José como instrumento de Deus para salvar a própria família.” – Bíblia Pastoral.
III.                VENDIDO PELOS IRMÃOS – Gn 37,28-36; 38,1.
Da mesma forma como a ira de Caim o levou a matar seu irmão Abel – Gn 4,6-8 – a ira dos irmãos de José  não poderia leva-los a outro resultado. E isso só não aconteceu por intervenção de Deus. Intervenção esta que sempre está ligada aos desígnos divinos. "Eles o viram de longe. Antes que José se aproximasse, combinaram entre si como o haveriam de matar;" (Gn 37,18). Mas Rúben. Um de seus irmãos, foi usado por Deus para livrar José desse plano maligno - "Ouvindo-o, porém, Rubem, quis livra-lo de suas mãos: “Não lhe tiremos a vida, disse ele". (Gn 37,21). Então, ao invés da mata-lo, resolveram vende-lo – Gn 37,25-27.
Vender José para os negociantes midianitas foi o caminho que seus irmãos encontraram para se “livrarem” dele. Na verdade, os 20 moedas de prata (duzentos e trinta gramas de prata – BHL) não tinham tanto valor assim, já   que iam ser divididos entre muitos; porque a grande satisfação deles era não ter mais aquele “filhinho de papai” dentro de casa!
O salmista diz que – “Um abismo chama outro abismo” – Sl 42,7a – e com os irmãos de José não poderia ser diferente. Pois, para explicar o pai a ausência de José, eles inventaram uma tragédia - "Tomaram então a túnica de José, mataram um cabrito e a mergulharam no seu sangue". (Gn 37,31) – no sangue desse animal, querendo que Jacó concluísse que um animal selvagem havia despedaçado seu filho amado - "Jacó reconheceu-a e exclamou: “É a túnica de meu filho! Uma fera o devorou! José foi estraçalhado!”" (Gn 37,33). Ao pensar assim, Jacó rasgou suas vestes – sinal de tristeza e desespero entre os judeus – e entrou em estado de luto por muitos dias - "E, rasgando as vestes, cobriu-se de um saco, e chorou o seu filho por muito tempo". (Gn 37,34).
“Gn 37,12-36: Como no caso de Caim, inveja e ódio faz que os irmãos projetem a morte de José. Sendo primogênito, Rúben se sente responsável e procura salvar José. Os fatos, porém, se precipitam e todos pensam que José morreu. Agora é a vez de Jacó pagar as tramas que havia feito contra seu irmão Esaú e seu pai Isaac.” – Bíblia Pastoral.

OS ALTARES DE JACÓ

É muito significativo na Bíblia o uso de altares. No Primeiro Testamento eles foram levantados como fruto de uma experiência co Deus – Gn 12,7; 26,25; 33,20; 35,7; Ex 17,15; 24,2 – Tratava-se de lugar onde o homem se aproximava de Deus, mediante sacrifício e oração. Lugar aonde Deus vinha encontrar as necessidades humanas. O altar falava de comunicação entre Deus e o homem; igualmente, no altar o homem trazia suas oferendas ao Senhor.
No Segundo Testamento o altar é como uma consagração profunda e integral de nossas vidas a Deus – Rm 12,1-2. Fala de rendição, de compromisso profundo, de integração com a vontade de Deus e o sacrifício de Jesus – Hb 13,10; Ap 8,3.
Jacó levantou vários altares. Estudaremos quatro deles. Altares que eram como a marca de uma experiência maravilhosa de Deus.
I.                    O ALTAR DO ENCONTRO PESSOAL COM DEUS “BETEL” – Gn 28,10-22.
Jacó, como muitos, não tinha um conhecimento pessoal de Deus. Ele queria ser abençoado, mas ainda não conhecia o Deus abençoador. Em Betel, no entanto, ele conheceu seu Senhor. Jacó fugia dos homens, mas não foi capaz de fugir de Deus, que através de um sonho lhe mostrou uma escada – símbolo de Cristo, o único mediador entre Deus e o Homem - "Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem" (1Tm 2,5).
Ele se apresentou como o Deus de seus pais e por fim fez uma aliança pessoal com Jacó – Gn 28,13-17.
Jacó levantou o primeiro altar de sua vida – Gn 28,18-22 – e chamou-o Betel – casa de Deus.
O nosso primeiro altar é o altar de nossa conversão. É o momento onde nos rendemos completamente ao senhorio de Jesus onde descansamos o destino de nossa alma.
Jacó levantou com uma nova visão de Deus "E, cheio de pavor, ajuntou: “Quão terrível é este lugar! É nada menos que a casa de Deus; é aqui, a porta do céu.”" (Gn 28,17).
“28,10-22: O episódio mostra a essência da religião. Religião é a relação misteriosa entre Deus e o homem: embora transcendente e infinitamente santo, Deus está sempre em relação viva com as suas criaturas (escada, anjos). Nessa relação, o homem é incapaz de tomar a iniciativa; o máximo a que pode chegar é entregar-se (sono) para que Deus se manifeste gratuitamente (sonho) e revele o projeto que ele vai realizar na vida do homem (promessa: vv. 13-15). Toda e qualquer vida humana que esteja aberta e disponível, torna-se um santuário (Betel = casa de Deus), onde Deus se manifesta, criando vida e história. Cf. Jo 4,21-24.”– Bíblia pastoral
II.                  O ALTAR DA RECONCILIAÇÃO – “EL-DEUS” – Gn 33,1-10.20.
O segundo altar foi denominado “Deus” - "Levantou aí um altar, ao qual chamou El-Deus de Israel". (Gn 33,20). Ele foi levantado quando Jacó reconciliou-se com seu irmão - "Mas Esaú correu-lhe ao encontro e beijou-o; ele atirou-se ao seu pescoço e beijou-o; e puseram-se a chorar". (Gn 33,4).
Na comunhão há louvor; no ajuntamento dos santos sobre um aroma suave até Deus. “Quando o rosto do irmão foi como o rosto de Deus - ““ Oh, suplico-te, replicou Jacó, se ganhei teu favor, aceita este presente de minhas mãos; porque te contemplei como se contempla Deus, e me fizeste bom acolhimento”. (Gn 33,10), então um altar foi levantado. Se não mantivermos comunhão com irmãos, então o nosso altar a Deus fica desqualificado – Mt 5,23-26.
SALMOS [133] - Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes; como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.
33,1-20: “O encontro com o irmão é constrangedor para Jacó: consciente de sua própria culpa, ele procura se desvencilhar o quanto antes do irmão, mas recebe uma lição de generosidade, hospitalidade e fraternidade. Na casa de Labão, Jacó precisou usar as mesmas armas do explorador para se libertar; na luta misteriosa com Deus, ele aprendeu o próprio limite e que não se pode manipular a Deus; e no encontro com Esaú, recebe uma lição de fraternidade.” – Bíblia Pastoral.
III.                O ALTAR DA RENOVAÇÃO – “EL BETEL” – Gn 35,1-15.
Como vimos no capitulo anterior, Jacó estava com problemas familiares e sociais. Seus filhos haviam eliminado uma tribo – os siquemitas – e as nações queriam vinganças – Gn 34.
Jacó subiu a Betel e levantou ali um altar “EL-BETEL” – o Deus da casa de Deus - "Levantou aí um altar e deu a esse lugar o nome de El-Betel, porque foi aí que Deus lhe aparecera, quando fugia diante de seu irmão". (Gn 35,7).
Este é o altar do desespero da angustia, da dor profunda, da incapacidade de agir. É o altar de que ora como Ana – 1Sm 1,11-18; como Ezequias – 2Rs 19,14-19; como Davi Sl 51; como cada cristão – Fl 4,6-7.
Neste altar a aliança foi renovada – Gn 35,10-15, e Jacó conheceu melhor o Deus de Betel.
“35,1-15: O tom da narrativa é profundamente religioso: o próprio deslocamento de Jacó é descrito como se fosse uma procissão ou romaria e termina com uma teofania, isto é, manifestação de Deus. Quer salientar um dos lugares de culto para Israel: o futuro santuário de Betel, que se tornou o centro religioso das tribos do Norte, quando estas se separaram do reino do Sul, após a morte de Salomão (cf. 1Rs 12,26-33). O texto salienta que o Deus adorado em Betel é o mesmo Deus dos pais, o Deus da promessa.” – Bíblia Pastoral.
IV.                O ALTAR DA DIREÇÃO – “BERSABÉIA” – Gn 46,1-3.
Jacó descobriu que seu filho José estava vivo e queria que ele descesse ao Egito – Gn 45.16-28 – Jacó ficou ansioso por isto, mas não foi antes de conversar com Deus. Em vez de ir ao Egito foi a Bersabéia, levantou um altar, e só depois de ouvir o próprio Deus a direção, partiu para o Egito – Gn 46,1-6.
Que altar maravilhoso este de Bersabéia; buscar a direção de Deus mesmo que o coração chame para os braços de José. Ir com Deus é melhor - "Descerei contigo ao Egito, e eu mesmo te farei de novo subir de lá. José fechar-te-á os olhos.”" (Gn 46,4).
Moisés também levantou a Deus um altar assim – Ex 33,12-16.
Há mais segurança na nossa jornada cristã quando buscamos a vontade de Deus la leitura da Bíblia, na oração e no aconselhamento com cristãos maduros na fé. O altar de  Bersabéia se assemelha muito com o “sacrifício vivo” de Rm 12,1-2, que busca “a boa, perfeita e agradável vontade de Deus”.
Diante de tantos projetos que estão diante de nós, não nos esqueçamos de perguntar sempre – “Senhor, qual é a tua vontade? Qual caminho? Qual o projeto? Qual a vocação? Qual a direção”.
“Não sei por quais caminhos Deus nos conduz, ma conheço bem meu Guia” – Martinho Lutero.
“46,1-47,12: “Em seu final, o livro do Gênesis começa a preparar o acontecimento do êxodo. De fato, em Bersabéia, Deus anuncia a Jacó: «Eu descerei com você ao Egito e o farei voltar de lá» (v. 4). A região de Gessen fica no nordeste do Egito, e daí sairá futuramente o grupo que formará o núcleo central do povo da Aliança. Em 47,1-12 temos duas versões diferentes sobre a chegada da família de Jacó no Egito (vv. 1-6b e vv. 5b-12).” Bíblia Pastoral.”
CONCLUINDO
Betel, Deus, El-Betel e Bersabéia foram altares levantados por Jacó como fruto de experiências maravilhosas com Deus. Falam do encontro pessoal com Deus, da reconciliação com os irmãos, da renovação espiritual e da direção divina. Altares levantados por nós como fruto de uma entrega total ao Senhor. Sacrifício absoluto de o próprio ser é o verdadeiro culto que prestamos ao Senhor -  Rm 12,1-2.
O nosso privilegio em mantermos comunhão com Deus é enorme. Não é através de sacrifícios de animais que nos apresentamos diante de Deus, mas através de Jesus, o novo e vivo Caminho,que seu sangue nos garante acesso a Deus – Hb 10,19-25.

FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

 
O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.” (Gn 2,18).
Leitura Bíblica – Gn 2,18-24
I – INTRODUÇÃO.
A família é a mais importante instituição criada por Deus para a sociedade. Neste trimestre teremos a oportunidade impar de tratar de alguns temas que são extremamente relevantes para que tenhamos uma vida familiar bem sucedida. Nesta primeira lição estudaremos a instituição ao longo dos anos. Veremos também as conseqüências da queda na vida familiar.
II – A FAMILIA NO PLANO DE DEUS.
          O propósito de Deus.      
Deus criou a família com desígnios sublimes. O Criador não fez o ser humano para viver na solidão. Quando acabou de formar o homem, o Senhor disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.” (Gn 2,18). Este texto Bíblico nos mostra o primeiro objetivo de Deus ao criar a família. Fica evidente que a célula mater da sociedade foi criada a partir da necessidade humana de ter companhia. O propósito divino era estabelecer uma instituição que pudesse propiciar ao ser humano abrigo e relacionamento. Atualmente temos visto e vivido um tempo de escassez na área dos relacionamentos. Estamos ficando cada vez mais superficiais, frios e distantes uns dos outros. Por se multiplicar a iniqüidade o amor esta esfriando – “E, ante o progresso crescente da iniqüidade, a caridade de muitos esfriará.” (Mt 24,12). Por isso, precisamos investir em nosso relacionamento familiar.podemos dizer que o segundo propósito divino para a criação da família foi fazer dela um núcleo pelo qual as bênçãos do Senhor seriam espalhadas sobe toda a terra – “Deus os abençoou: Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” (Gn 1,28).
      2.    Um lugar de proteção e sustento.
Um Deus perfeito preparou um lugar excelente para receber a primeira família. O Jardim do Éden era um local especial de acolhimento, proteção e provisão. Adão e Eva tinham tudo de que precisavam para usufruir de uma vida saudável e feliz – “Deus disse: Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento.” (Gn 1,19). Eles desfrutavam da companhia de Deus e nada lhes faltava. O propósito de Deus era que cada família tivesse os recursos suficientes para sua subsistência, pois a escassez e as privações trazem conflitos para as famílias. Porém, com a ajuda do Pai Celeste estes conflitos podem ser sanados, pois Deus é o nosso Bom Pastor (Sl 23). Deus deseja que cada família tenha a sua provisão diária  - “O pão nosso de cada dia nos dai hoje.” (Mt 6,11). E da mesma forma que Adão tinha a responsabilidade de cuidar do jardim – “Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do oriente, e colocou nele o homem que havia criado.” (Gn 2,8). Deus deu a você a responsabilidade de zelar por sua família.
      3.    A primeira família.
Deus formou Adão do pó da terra – “O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente.” (Gn 2,7). Vendo que o homem não poderia viver sozinho, retirou uma costela de Adão e criou Eva, sua companheira – “E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem.” (Gn 2,22). Isto mostra que diante do Todo-Poderoso homem e mulher são iguais na sua essência. Ambos vieram do pó da terra e um dia ao pó tornarão. Após criar a mulher Deus ordenou o casamento, estabelecendo então a mais importante instituição de uma sociedade: a família – “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24).
III – A QUEDA E AS SUAS CONSEQUENCIAS PARA A FAMILIA
      1.    O ataque do inimigo.
Satanás levou a mulher a desobedecer a ordem de Deus. Talvez, de modo suave e envolvente, ele tenha falado: “É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?” (Gn 3,1). Eva confirmou a ordem de Deus – “A mulher respondeu-lhe: Podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais.” (Gn 3,2-3), mas cedeu a tentação do maligno este a iludiu, seduziu e a fez cair no pecado da desobediência – “Oh, não! – tornou a serpente – vós não morrereis! Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.” – (Gn 3,4-5), e Adão seguiu pelo mesmo caminho. O casal poderia ter recusado a sugestão do Diabo, mas não o fizeram, e depois de pecarem, caíram na condenação divina.
Isso nos mostra que a família, desde a sua instituição, foi alvo dos ataques do inimigo. Satanás fez de tudo para que o propósito de Deus para as famílias fosse destruído, porém, Deus é soberano e Senhor, e seus propósitos jamais serão frustrados –  “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.” (Jó 42,2). Da semente da mulher nasceria o Messias, aquele que esmagaria Satanás – “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” (Gn 3,15). O propósito do inimigo é matar, roubar e destruir, mas Jesus veio ao mundo para destruir os intentos do maligno – “O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância.” (Jo 10,10).
Os resultados da queda no relacionamento familiar.
Qual é a origem dos males que atacam a família? O pecado. A vida familiar de Adão e Eva era perfeita, porém o pecado trouxe a disfunção para o seio da família. Depois da queda podemos ver sentimentos como medo, a culpa e a vergonha, perturbando a convivência do casal – “8. E eis que ouviram o barulho (dos passos) do Senhor Deus que passeava no jardim, à hora da brisa da tarde. O homem e sua mulher esconderam-se da face do Senhor Deus, no meio das árvores do jardim. 9. Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe: “Onde estás?” 10. E ele respondeu: “Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e ocultei-me.” 11. O Senhor Deus disse: “Quem te revelou que estavas nu? Terias tu porventura comido do fruto da árvore que eu te havia proibido de comer?” 12. O homem respondeu: “A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi.”. (Gn 3,8-12). O pecado sempre faz o relacionamento familiar adoecer. Há muitos lares doentes, onde a família deixou há muito tempo de ser um local de acolhimento, proteção e cuidado devido aos pecados não confessados e não abandonados. Essas transgressões causam culpa e separam as famílias da comunhão de Deus.
       3.    A vida familiar depois da queda.
O pecado de um único homem trouxe conseqüências terríveis para toda a humanidade. Depois da queda a vida familiar já não era mais a mesma a mulher teria filhos com muitas dores – “Disse também à mulher: Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores. teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio.” (Gn 3,16) - e o seu desejo, ou seja, sua vontade estaria submetida à vontade de seu marido. Adão deveria comer agora seu pão diário com dores, pois o trabalho de arar a terra para ter sua substancia garantida seria bem difícil – “E disse em seguida ao homem: “Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida.” (Gn 3,17). A terra também foi afetada pelo pecado, produzindo espinhos e abrolhos – “Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra.” (Gn 3,18). A morte física também é uma conseqüência da transgressão do homem – “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar.” (Gn 3,19). Deus ama o pecador, mas não tolera o pecado. Como punição pala desobediência, Adão e Eva, foram expulsos  do Jardim do Éden – “Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe de todos os viventes.
21. O Senhor Deus fez para Adão e sua mulher umas vestes de peles, e os vestiu.
22. E o Senhor Deus disse: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal. Agora, pois, cuidemos que ele não estenda a sua mão e tome também do fruto da árvore da vida, e o coma, e viva eternamente.”
23. O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra donde tinha sido tirado.
24. E expulsou-o; e colocou ao oriente do jardim do Éden querubins armados de uma espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gn 3,20-24). A vida no jardim, antes da queda pode ser comparada à vida eterna que um dia desfrutaremos no céu. Tudo era bom, pois foi tudo pensado, planejado e criado por um Deus que preza pela excelência. Se tivessem permanecido na obediência, Adão e Eva teriam sido felizes para todo o sempre. Todavia, Jesus Cristo veio ao mundo para resgatar as famílias da maldição do pecado. Cristo se fez pecado por nós, e na cruz levou as nossas iniqüidades sobre si – “Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos:...” (Is 53,4). Isso nos mostra o quanto Deus deseja abençoar nossas famílias.
IV – A CONSTITUIÇAO FAMILIAR AO LONGO DOS SÉCULOS.
       1.    Família patriarcal.
O modelo familiar com o passa dos tempos está sujeito a mudanças. Já tivemos a família patriarcal, monogâmica, consangüínea, etc., todavia  isso não altera o valor, a importância da família. A família patriarcal é um exemplo familiar onde é permitido ao homem ter diversas esposas. Este modelo é visto em todo Antigo Testamento, mas não era o molde determinado por Deus.  Deus o tolerou porem esta nunca foi a sua vontade. No modelo da família patriarcal, o pai era visto como o senhor da casa e da família. As esposas e os filhos não tinham liberdade de escolha, pois a palavra final era sempre do patriarca.
       2.    A família nuclear (monogâmica).
Este foi o modelo idealizado por Deus. Um homem e uma mulher, unidos pelo matrimonio. A poligamia vai contra o principio divino do marido e da esposa ser uma só carne – “... e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24b; Mt 19,5b).
3.    A família na atualidade.
A família está inserida dentro de um contexto social, e portanto, sujeita a mudanças. Porem, os princípios divinos para as famílias são eternos e imutáveis – “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.” (Mt 24,35). Os inimigos e os desafios enfrentados pelas famílias na atualidade são muitos, todavia quero destacar apenas os espirituais. Vejamos os principais inimigos da família na atualidade.
a)    A carne - Aqui, refiro a “carne” como a natureza carnal que se opõe ao Espírito Santo e volta-se para tudo o que é contrário à vontade de Deus. Sabemos que há uma luta constante entre essas duas naturezas: a carnal e a espiritual. O apóstolo Paulo experimentou a tal luta – “15. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço. 16. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa. 17. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. 18. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. 19. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. 20. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita. 21. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal. 22. Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. 23. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros. 24. Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte?...” (Rm 7,15-24). Ela é tão intensa, que pode nos fazer pensar que não há como sair vencedor – (Gn 7,24). Mas Deus, em Cristo Jesus, nos dá a solução. Ele nos livra do pecado e da morte – “1. De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. 2. A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte.” (Rm 8,1-2). O apostolo Paulo nos adverte – “Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne.” (Gl 5,16). A família cristã precisa, na direção do Espírito, combater a natureza carnal. Assim, evitará o adultério, os vícios e todas as mazelas que visam destruí-la.
     b)     O mundo  - Diz-nos o apóstolo do amor – “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai.” (1Jo 2,15). Quanto a este ponto não há meio-termo: ou amamos a Deus ou amamos o mundo. Não há a mínima possibilidade de servimos a dois senhores – “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro.” (Mt 6,24ª). Saiba, pois, que existe vitoria para que escolher amar a Deus. E ele dará vitoria à nossa família a partir da fé que depositaremos nele – “porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (1Jo 5,4).
     c)    O Diabo – A palavra de Deus nos ensina uma única forma de vencer-mos o maligno – “Sede submissos a Deus. Resisti ao demônio, e ele fugirá para longe de vós.” (Tg 4,7). Se a família sujeitar-se  a Deus e resistir o diabo, este fugirá., pois o segredo da nossa vitoria contra Satanás começa com a nossa submissão a Deus, para que depois, sim, possamos resistir ao diabo. E quando resistirmos ao adversário, não nos esqueçamos de usar a “armadura de Deus” – “10. Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. 11. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. 12. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. 13. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. 14. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, 15. e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. 16. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. 17. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus..” (Ef 6,10-17), em especial “o escudo da fé”, com o qual poderemos “apagar todos os dardos inflamados do Maligno” (Ef 6,16). A família cristã precisa verdadeiramente crer naquele que a criou e usar a tua Palavra para direcionar suas tomadas  de decisões a sua vida espiritual.
V – CONCLUSÃO
Nunca a família foi tão desafiada pelas forças do mal como hoje. Porem, é na presença do Senhor  que a família garantirá a vitoria sobre os desafios da sociedade atual. Busquemos ao Senhor juntamente com toda a nossa casa.